Para Martin Seligman a busca da felicidade deve ser constante e isto pode ser atingido, de certa forma, quando as pessoas buscam a gentileza, o bom-humor e as coisas agradáveis do cotidiano. Evidentemente, trata-se da procura do equilíbrio entre corpo físico e corpo mental; e, para isso, a resiliência do indivíduo deve ser firme e adaptativa, evitando-se os pensamentos negativos.
Para atingir esse nível de felicidade, os indivíduos devem olhar para dentro de si mesmos, buscando as melhores qualidades que possuem e que adquiriram através do seu tempo de vida. Esse olhar pode ser consciente ou inconsciente, mas os terapeutas podem ajudar a pessoa a se introjetar nas suas melhores experiências, para encontrar, assim a felicidade pessoal.
A psicologia positiva tem como proposta estudar as emoções positivas, potencialidades e as virtudes humanas. Ela trabalha as condições e os processos que contribuem para a prosperidade dos indivíduos, grupos e das comunidades tendo como objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas prevenindo as doenças.
A prática da psicologia positiva está voltada para a identificação dos valores, forças e virtudes humanas, tendo como proposta colaborar para que a vida das pessoas se torne mais feliz e prazerosa. Ela visa contribuir com o florescimento e o bom funcionamento das pessoas, instituições e grupos.
Para se alcançar uma velhice plena e saudável, é necessário que o idoso esteja com a sua capacidade funcional preservada, ou seja, precisa ter uma vida autônoma e independente, e para isso, se faz necessário a manutenção das habilidades físicas e mentais para se ter uma boa vida. Estudos realizados na área da Psicologia Positiva comprovam que as técnicas terapêuticas para ativar e trabalhar forças pessoais como a gratidão, o perdão e a ativação da memória autobiográfica melhoram em muito o bem-estar dos idosos em geral.
Ao longo de décadas de estudos e intervenções, Martin Seligman propõe os cinco grandes pilares do Bem-Estar: Emoções positivas, Engajamento, Relacionamento, Significado e Realização.
Aqui vão algumas dicas do que são e de como implementar cada um desses pilares:
1 – Emoções Positivas: Quando cultivamos emoções positivas, temos uma visão mais otimista e construtiva da realidade e conseguimos enxergar mais possibilidades para construir o futuro. Trata-se de substituir pensamentos negativos, que atraem sentimentos e emoções pessimistas, sentimentos esses que bloqueiam e travam nossas ações e criam crenças limitantes. Pessoas otimistas explicam eventos ruins como circunstanciais; são temporários, específicos e externos. Para os pessimistas, os eventos ruins são, permanentes, universais e internos.
Não se trata de ter uma visão infantil ou irreal. Quando acontece algo ruim, podemos nos questionar: Quanto tempo isso vai durar? Ainda tem coisas boas em minha vida? Ainda tem coisas que eu consigo controlar em minha vida? O que eu consigo mudar? É assim que pensam as pessoas otimistas e essa forma de pensar pode ser ensinada, como demonstraram os trabalhos de Martin Seligman.
2 – Engajamento: Estar 100% no presente, é trazer o pensamento para local onde você está e voltar toda a sua atenção para o que está fazendo. Significa vivermos de corpo e alma tudo o que fazemos, quando nos engajamos não sentimos o tempo passar, esquecemos do passado e do futuro e só o que importa é o presente. Não adianta reclamar se não damos o melhor de nós a cada momento. Sentir-se parte de algo, ter a sensação de pertencer a um grupo, são sentimentos obrigatórios para viver uma vida que vale a pena.
3 – Relacionamentos: Precisamos de relacionamentos construtivos, isso quer dizer que precisamos de relacionamentos de qualidade. Ninguém vive sozinho, todos dependemos um do outro. Seligman propõe formas construtivas de oferecer atenção e fazer comentários quando alguém compartilha algo conosco. Dar atenção e valorizar o que o outro nos conta de forma construtiva é uma ótima forma de cultivar relacionamentos. Cultivar amizades e estar aberto a novos relacionamentos nos faz sentir mais ativos e vivos.
4 – Significado: Você já parou para pensar quantos papeis você desemprenha em sua vida: mãe, irmã, colega? Já parou para pensar em quantas coisas você faz pelo bem dos outros? Tudo o que fazemos que nos tira do nosso próprio universo, tira o foco do próprio umbigo, nos dá significado e deve ser cultivado e valorizado. Significado tem a ver com descobrir o seu propósito, a encontrar qual é a sua missão, essa busca nos conecta ao criador e nos faz desenvolver a resiliência, tornando-nos mais fortes para enfrentar as dificuldades do dia a dia.
5 – Realização: O ser humano também é movido pela capacidade de criar e realizar. Muitas pessoas se sentem felizes quando conseguem se sentir competentes e capazes de vencer desafios e isso também precisa ser valorizado (embora se levado ao extremo possa resultar em individualismo e competitividade). A realização é o carimbo que certifica que a nossa luta não foi em vão, que os momentos de sofrimento e entrega valeram a pena. Só realiza quem começou, quem sonhou e acreditou, quem levantou ao cair e decidiu seguir em frente.
Esses 5 pilares podem ser desenvolvidos em atitudes simples e estão embalados em pesquisas científicas. Existem várias intervenções positivas para cultivar cada um desses pilares: exercícios de gratidão, lembrar o que deu certo, buscar explicações alternativas e menos pessimistas, etc. Que tal começar a pensar qual o pilar precisa ser reforçado em sua vida?