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A História do eneagrama

Em um breve relato tentarei passar alguns dos pontos mais importantes e marcantes desta saga. Alguns historiadores atestam que a figura do Eneagrama ou Estrela de 9 pontas, surgiu no antigo Egito a mais ou menos 4.500 anos. Pesquisadores e filósofos que se debruçaram sobre o assunto creditam a sua criação a Pitágoras, pois o mesmo utilizava os números para explicar tudo através da geometria.

Os mesmos pesquisadores alegam que Platão foi um dos responsáveis em adicionar misticismo ao Eneagrama. A técnica de conduzir a pessoa a buscar dentro de si as respostas para seu autoconhecimento, suas dúvidas e questionamentos, advém do filósofo Sócrates, através da maiêutica, que tem como significado “dar a luz”, “parir”.

Os registros mais fortes e que remontam a comprovada existência do Eneagrama, nos levam aos mosteiros reclusos no Egito, onde viviam os Padres do Deserto, por volta de 400 anos d.C., eram teólogos, místicos e exotéricos, seus ensinamentos eram oriundos da Grécia e do Oriente, seguiam as ideias de Platão de que o mundo terreno está ligado ao mundo espiritual. Homens que desejavam ser de Deus por inteiro. Os Padres acreditavam que Pitágoras estava certo ao dizer que todas as pessoas podem ser explicadas de “1 a 9”. Apesar de serem Cristãos, estavam abertos a experimentar Deus de várias formas. O Padre Evagrius Ponticus dizia que “padrões psicológicos mantem os seres humanos trancados em si mesmos e em seus conflitos internos”, foi ele quem deu nome as 9 paixões do Eneagrama.

Os Sufis, são também conhecidos como a Maçonaria Espiritual do Islamismo, pois seus ensinamentos só podem ser transmitidos após a ritualística de iniciação, assim como na Maçonaria regular. Os sufis acreditam que o contato com Deus pode ser alcançado pelos homens através de uma união mística, independente da religião praticada, esse contato é feito através da dança, exercícios e da meditação. É a parte mais esotérica do Islamismo.

O Judaísmo reclama pra si a criação do formato da mandala de 9 pontas, através de Fílon de Alexandria, um filósofo neoplatônico, que influenciou a Árvore da Vida na Cabala.

Certo é que o Eneagrama recebeu fortes influencias do judaísmo, Cristianismo e do Islamismo.

George Gurdjieff: the remembrance of the true self ⋆

No início do século XX, o Eneagrama foi ressuscitado por um mestre espiritual Armênio, o professor George Gurdjieff (1877-1949). Era um pesquisador místico e esotérico que viajava o mundo em busca de símbolos e culturas antigas perdidas. Nas montanhas do Afeganistão, após viver uma experiência profunda visitando o Oriente, teve seu primeiro contato com o Eneagrama através dos Sufis, que, sendo seguidores de Maomé, procuravam espiritualmente através de uma relação mística, íntima, direta e contínua a ligação com Deus por meio da dança, orações e Jejuns. Através desse conhecimento, Gurdjieff levou o Eneagrama para o ocidente. A princípio, nas salas de aula da faculdade em Moscou, posteriormente criou a sua própria escola, o Quarto Caminho, onde desenvolveu a técnica do desdobramento de criação do homem e do universo. O professor filósofo denominava o Eneagrama de “Símbolo de desenvolvimento perpétuo”.

OSCAR ICHAZO - GRAN MAESTRO DEL MULTIVERSO QUE POCOS CONOCEN - YouTube

Óscar Ichazo (1931-2020),conhecido como pai do Eneagrama, era um filósofo e escritor Boliviano, que como Gurdjieff , sempre fora um fascinado pela ideia de recuperar conhecimentos perdidos. Em sua longa caminhada, além de praticar artes marcais, estudou extensivamente todas as principais escolas de filosofia, medicina oriental e ocidental, história, psicologia, passou por todas as religiões mundiais, como Budismo, Islamismo, Judaísmo, Cabala, Hinduísmo, Gnosticismo e Sufismo. Em 1952, quando trabalhava na biblioteca em La Paz, participou de um encontro onde um dos alunos de Gurdieff foi apresentar a escola do Quarto do Caminho na América do Sul. Ichazo aproveitou a oportunidade para apresentar os seus estudos que envolviam o mesmo tema. Em seus ensinamentos na escola em Arica, que fundou no Chile em 1968,  Ichazo afirmava que o Eneagrama organiza várias leis que operam dentro da pessoa humana. Ele deu origem a uma tradição filosófica completamente nova que analisa o ser humano desde os níveis mais baixos de sofrimento, até os mais altos níveis de realização humana. Foi Ichazo quem colocou a fixação de cada Eneatipo e a dinâmica no funcionamento do Eneagrama. Até então, o ensinamento do Eneagrama era repassado apenas aos iniciados, era um conhecimento hermético.

18 libros sobre el eneagrama y sobre Claudio Naranjo - BLOG LIBROS DE PSICOLOGÍA

No início da década de 70, o psiquiatra e espiritualista Chileno Cláudio Naranjo, especializado em Gestalt-Terapia, lecionava nos E.U.A., sendo um profundo estudioso das questões comportamentais e da personalidade humana. Em busca de um maior entendimento, entra em contato com o Eneagrama através de um curso com a duração de três meses, que fora ministrado por Ichazo na faculdade da California. Entusiasmado com o a nova ferramenta de autoconhecimento e transformação, Naranjo vai ao deserto de Arica, beber da fonte de Óscar Ichazo e conhecer ainda mais sobre os conceitos dessa fabulosa engenharia dinâmica e reveladora que é o mapa do Eneagram. Voltando os E.U.A., Naranjo aproveitando os conhecimentos da psicologia, reformulou alguns desses conceitos para a linguagem acadêmica contemporânea. Até então, o conhecimento do Eneagrama era transmitido apenas oralmente e de forma pessoal. No final dos anos 70 Naranjo passa a formar grupos de estudos sobre o Eneagrama, quando uma de suas alunas, Helen Palmer, então, publica em 1988 o livro “O Eneagrama, quebrando uma tardição milenar.

Essa poderosa ferramenta foi construída a várias mãos, no Egito, através dos sábios da Alexandria, na Grécia, recebeu uma forte influência dos filósofos da época, a contribuição dos Católicos veio através dos Padres dos Deserto, e do Judaísmo, através do Filósofo Fílon de Alexandria. Pelas mãos do Islamismo os Sufis mantiveram guardado por séculos os ensimentos do Eneagrama, repassando na era contemporânea a George Gurdjieff, que por sua vez a propagou no ocidente, passando por Oscar Ichazo e Claudio Naranjo até chegar nos dias de hoje.

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